Restrição alimentar por 10 horas pode melhorar indicador de Alzheimer Ainda sem avaliações.

Jejum intermitente é citado em estudo sobre a doença

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Diego, publicaram um estudo na revista Cell Metabolism que sugere que o jejum intermitente pode ajudar a melhorar indicadores de Alzheimer. Dessa forma, restringir a alimentação a uma janela de 10 horas por dia melhora a função cognitiva e reduz o acúmulo de placas amiloides no cérebro.

O estudo foi conduzido em camundongos geneticamente modificados para desenvolver a doença. Os animais que seguiram o regime de alimentação com restrição de tempo apresentaram melhora na memória, padrões de sono mais regulares e redução na deposição de proteínas amilóides. 

O jejum também promoveu a fragmentação e a eliminação de placas preexistentes, indicando um efeito rejuvenescedor para o cérebro. Os autores da pesquisa destacaram que cerca de 80% das pessoas com Alzheimer sofrem distúrbios do ritmo circadiano, incluindo dificuldades para dormir e piora cognitiva durante a noite. 

O estudo reforça a hipótese de que a desregulação circadiana pode ser uma das principais causas da doença, e não apenas uma consequência dela. O ritmo circadiano funciona como um relógio biológico interno que coordena funções vitais do organismo, como o sono, a temperatura do corpo, o metabolismo e a produção de hormônios ao longo de um dia. Em pessoas com Alzheimer, esse mecanismo costuma ser prejudicado.

Embora os resultados ainda precisem ser validados em humanos, a pesquisa abre caminho para novas estratégias de prevenção. O teste genético para Alzheimer surge como alternativa, já que permite identificar variantes genéticas associadas ao risco aumentado da doença, como o gene APOE4, e pode orientar intervenções personalizadas, incluindo mudanças no estilo de vida antes dos sintomas.

Como funciona o jejum intermitente

A Sociedade Brasileira para Estudos de Fisiologia (Sobraf) define o jejum intermitente como uma prática alimentar que alterna períodos de jejum e de alimentação, sem focar em quais alimentos devem ser consumidos e, sim, no momento do consumo. 

Há diferentes protocolos, sendo a ideia principal restringir a alimentação por um determinado período, seguido por outro de alimentação normal. Os líquidos que não possuem calorias, como água, chás e café sem açúcar, podem ser consumidos a qualquer momento, mesmo nos períodos em jejum. Já na fase da alimentação, o indicado são refeições saudáveis e equilibradas. 

O período de jejum pode variar de 10 a 24 horas, podendo ser feito diariamente ou somente em alguns dias da semana. A definição desses parâmetros depende da adaptação e do histórico de saúde de cada paciente, por isso a Sobraf destaca ser importante contar com apoio profissional. 

Com o suporte de nutricionistas, é possível potencializar os benefícios da prática e ainda introduzir receitas personalizadas na alimentação, aprendendo como melhorar a saúde intestinal com psyllium, por exemplo, ou incluir suplementos na dieta, em caso de carência nutricional.

Outras pesquisas evidenciam benefícios do jejum intermitente 

Outros estudos da comunidade científica apontam os benefícios do jejum intermitente. Pesquisa publicada no New England Journal of Medicine, realizada por pesquisadores do National Institute on Aging, nos Estados Unidos, mostrou que a prática pode reduzir a pressão arterial, os níveis de colesterol LDL e os marcadores inflamatórios no sangue, fatores de risco para doenças cardíacas. 

Segundo o artigo, a prática de jejuar por 16 horas e concentrar a alimentação em uma janela de 8 horas promove adaptações metabólicas que favorecem a saúde do coração. Outro benefício é o impacto positivo na regulação da glicose. 

Já um ensaio clínico conduzido pela Universidade de Adelaide, na Austrália, e publicado no periódico Obesity revelou que adultos com pré-diabetes que seguiram protocolo de jejum intermitente apresentaram melhora na sensibilidade à insulina, mesmo sem perda de peso. Isso significa que o corpo passou a utilizar melhor a glicose disponível, reduzindo o risco de evolução para diabetes tipo 2.

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Imagem de jcomp no Freepik

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