9 melhores azeites brasileiros a nível mundial Ainda sem avaliações.

Azeites brasileiros se destacam no “Oscar dos azeites” e colocam o país entre as potências mundiais da olivicultura

Os azeites produzidos no Brasil alcançaram um patamar inédito de reconhecimento internacional. Na edição 2026 do guia italiano Flos Olei — considerado o “Oscar dos azeites” — nove marcas brasileiras foram classificadas entre as melhores do planeta, um feito que consolida o país como um novo e respeitado polo produtor de azeite extra virgem de alta qualidade.

Essa conquista não surge do acaso. Ela reflete anos de aprimoramento técnico, ousadia no campo e uma paixão crescente por transformar o fruto da oliveira em um produto que carrega identidade, terroir e excelência.

Neste artigo, vamos além da lista das marcas — vamos entender como nove rótulos nacionais se destacaram, por que o Brasil avançou tanto, quais os desafios que ainda persistem e o que isso significa para o futuro da produção de azeite extra-virgem no país.

Um ponto de partida: nove marcas brasileiras estavam entre as melhores do mundo segundo o guia Flos Olei em sua edição 2026. Aqui estão elas (com respectivas pontuações):

  • Sabiá (RS) – 98 pontos – ENCONTRE ESSE AZEITE EM OFERTA
  • Prosperato (RS) – 97 pontos
  • Estância das Oliveiras (RS) – 93 pontos
  • Lagar H (RS) – 93 pontos
  • Capela de Santana (RS) – 90 pontos
  • Bem‑Te‑Vi (RS) – 89 pontos
  • Al‑Zait (RS) – 87 pontos
  • Veroli (MG) – 86 pontos
  • Borriello (MG) – 81 pontos

O Brasil e a revolução silenciosa da olivicultura

Historicamente visto apenas como consumidor, o Brasil vem construindo silenciosamente uma revolução. Produtores do Sul e do Sudeste, apoiados por estudos agronômicos, inovação tecnológica e clima favorável, criaram azeites com perfis sensoriais de nível internacional. A pontuação das marcas brasileiras no Flos Olei 2026 — entre 81 e 98 pontos — não apenas surpreendeu o mercado europeu, mas também redefiniu a percepção global sobre o potencial das terras brasileiras.

Entre as premiadas, o destaque absoluto ficou com o azeite Sabiá, que atingiu 98 pontos, a maior nota já registrada por um azeite brasileiro na história do guia. Logo em seguida vem a Prosperato, com 97 pontos, reafirmando seu papel de pioneira na olivicultura nacional. Ambas são do Rio Grande do Sul, estado que domina o ranking e responde por sete das nove marcas reconhecidas. Completam a lista Estância das Oliveiras e Lagar H, ambos com 93 pontos; Capela de Santana com 90; Bem-Te-Vi com 89; Al-Zait com 87; e os mineiros Veroli e Borriello, com 86 e 81 pontos, respectivamente.


O domínio gaúcho na produção de azeite de excelência

A presença majoritária de azeites gaúchos na lista reforça o papel do Rio Grande do Sul como berço da olivicultura brasileira. O clima frio e o solo pedregoso da Serra do Sudeste oferecem condições ideais para o cultivo das oliveiras, permitindo colheitas precoces e extração a frio — processo que preserva compostos fenólicos e garante sabor intenso e equilíbrio entre amargor e picância. A combinação de tecnologia, manejo artesanal e conhecimento técnico tem permitido que o estado produza azeites comparáveis aos melhores da bacia do Mediterrâneo.

Além de produtor, o Rio Grande do Sul se consolida também como destino turístico do azeite. Fazendas e olivais se transformaram em espaços de visitação e degustação, criando uma experiência sensorial que vai do campo à mesa. O azeite gaúcho não é apenas um produto agrícola, mas um símbolo de identidade, cultura e inovação.


Minas Gerais entra no mapa dos azeites premiados

Minas Gerais, por sua vez, mostra que o avanço não se limita ao Sul. Com as marcas Veroli e Borriello, a Serra da Mantiqueira vem se consolidando como um novo polo olivícola. O clima ameno e a altitude elevada favorecem a maturação lenta das azeitonas, resultando em azeites de perfil frutado e delicado. A expansão da olivicultura mineira confirma que o país está diversificando sua geografia produtiva, criando terroirs únicos que enriquecem o mapa mundial dos azeites.

Esses produtores mineiros têm apostado na agricultura familiar e no controle artesanal de cada etapa da produção, o que garante qualidade e identidade própria. A busca por excelência técnica e a valorização da origem regional são marcas registradas dessa nova geração de olivicultores brasileiros.


O que significa o reconhecimento no Flos Olei

O guia Flos Olei, referência internacional desde sua criação, avalia milhares de azeites de mais de cinquenta países. O processo é rigoroso e inclui provas cegas realizadas por especialistas que analisam atributos como aroma, equilíbrio, complexidade e intensidade. Apenas azeites que ultrapassam os 80 pontos entram na publicação, e poucos alcançam a faixa acima de 90, onde agora se encontra o seleto grupo brasileiro.

A conquista é um marco histórico. Estar presente no guia não é apenas aparecer em um ranking: é ser reconhecido por excelência sensorial e consistência produtiva. Isso eleva o prestígio das marcas, abre espaço para exportações e coloca o Brasil em um novo patamar de credibilidade no mercado global de azeites premium.


A história por trás da ascensão brasileira

Por trás desses resultados há uma trajetória de persistência. A olivicultura brasileira é jovem, mas vem crescendo rapidamente. Em pouco mais de uma década, o país saltou de algumas dezenas de produtores para centenas de olivais tecnificados, espalhados principalmente pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Muitos produtores, vindos do vinho e de outras culturas agrícolas, adaptaram técnicas e saberes para o cultivo da oliveira, criando uma base sólida de conhecimento.

O investimento em tecnologia de extração, colheita mecanizada e pesquisa sobre variedades adaptadas ao clima brasileiro foi fundamental. Hoje, o país domina todas as etapas da produção, adotando padrões internacionais de qualidade. Mais que técnica, há uma valorização crescente da identidade: cada azeite carrega o gosto do solo e o espírito de sua origem.


O impacto econômico e cultural dessa conquista

O reconhecimento mundial trouxe uma nova percepção de valor para o azeite nacional. As propriedades produtoras se tornaram referências de turismo rural e experiências gastronômicas, movimentando a economia local. A imagem do azeite brasileiro mudou: deixou de ser apenas uma curiosidade para se tornar sinônimo de autenticidade e qualidade.

No mercado interno, o consumidor passou a buscar rótulos nacionais, antes ignorados nas prateleiras. A valorização dos produtos regionais fortalece a economia rural, gera empregos e incentiva o consumo consciente. Já no cenário externo, os azeites brasileiros começam a chamar atenção de importadores e chefs de cozinha que buscam novidades em terroirs emergentes.


Desafios e próximos passos da olivicultura nacional

Apesar dos avanços, ainda há desafios a superar. O primeiro é a escala. O Brasil produz volumes reduzidos em comparação aos grandes países produtores. Para sustentar o crescimento, será necessário expandir a área plantada e fortalecer a indústria de prensagem e envase.

O segundo é o clima. As oliveiras exigem estabilidade e cuidado extremo com o manejo. Chuvas fora de época e variações de temperatura podem comprometer safras inteiras. É um cultivo que requer planejamento e ciência.

Há também a necessidade de manter a regularidade. Produzir um azeite premiado é difícil; manter a qualidade ao longo dos anos é o verdadeiro teste. Para isso, o setor precisa continuar investindo em pesquisa, formação de mão de obra e inovação tecnológica.

Por fim, a profissionalização continua sendo um ponto central. Entidades como o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) desempenham papel essencial na padronização de práticas, certificação de origem e promoção de políticas públicas que consolidam a reputação do azeite brasileiro no mundo.


Um novo capítulo para o azeite brasileiro

O Flos Olei 2026 marca o início de um novo capítulo na história do azeite brasileiro. As nove marcas premiadas representam não apenas sucesso individual, mas o amadurecimento de um setor que combina tradição, ciência e sensibilidade. O país demonstra que pode competir de igual para igual com regiões que produzem azeite há milênios e, ao mesmo tempo, imprimir uma identidade única em cada garrafa.

O futuro da olivicultura brasileira é promissor. Com terroirs diversos, produtores apaixonados e tecnologia avançando a cada safra, o Brasil caminha para consolidar seu nome entre os grandes do azeite mundial. Essa revolução verde e dourada é uma das mais bonitas histórias do agronegócio contemporâneo: a de um país tropical que aprendeu a produzir excelência em cada gota de azeite.

Parte das informações deste artigo foi baseada na reportagem publicada pelo Globo Rural, que destacou o desempenho das marcas brasileiras no Flos Olei 2026.
A matéria original pode ser acessada em: Marcas brasileiras ficam entre as melhores do mundo no “Oscar dos azeites” — Globo Rural

Se você gostou dessa publicação sobre as melhores marcas de azeites brasileiros em nível mundial, avalie esse post nas estrelinhas e nos ajude a divulgá-lo em suas redes sociais. Siga o Blog Comida Simples nas redes sociais: Facebook e no Instagram.

Foto: Divulgação / Azeite Sabiá

Por favor, avalie isto